Sábado, 9 de Fevereiro, jogo realizado no Estádio do Régua
CD Paços Brandão
Rui, Hélder Gomes, Becas, Filipe, Alex, Hélder Rocha, Zé Manel, Samu (1a), João Norte (1g), Sérgio Nuno (1g/p) e Dias. Jogaram ainda: Januário, Pascoal e Guerra.
O
Paços Brandão alcançou um empate agridoce na deslocação a Peso da Régua, contra uma das equipas
com que partilha muito mais do que amizade, respeito e também negócios entre os
seus elementos.
Existem muito pouco equipas no mundo que têm a configuração do
equipamento aos triângulos (gomos) a partir do centro, tal como o Paços e o Régua, diferenciando-se
apenas na cor que alterna com o branco, neste caso o verde do Paços e vermelho
do Régua.
Revisitando a história, lembro que o CD Paços Brandão surgiu em 1960,
depois da extinção de dois clubes grandes rivais da terra (SUD – Sociedade União
Desportiva que jogava na parte de cima da freguesia junto à fábrica Dragão e o
PBFC – Paços de Brandão Futebol Clube que jogava na parte de baixo da freguesia
no lugar da aldeia). O CD Paços Brandão teve como primeiro presidente e sócio
fundador o Sr. Joaquim Carvalho, a autoria do seu equipamento é do artista
brandoense Ramiro Relvas e o primeiro jogador a marcar um golo pelo CD Paços
Brandão foi Sr. Joaquim Figueiredo, pai do nosso colega Gustavo.
Depois
desta revisão histórica, vamos ao jogo. O Paços Brandão entrou muito bem na
partida, com muito mais
oportunidades e domínio de jogo, logo os jogadores da briosa não ficaram
satisfeitos com o resultado, mas sim com a exibição conseguida, que deixou algum optimismo
para o futuro, agora que alguns jogadores lesionados começam a entrar na fase
final da recuperação física, aumentando as opções técnicas.
O Paços de Brandão entrou num
esquema 4-3-3, que se transformava muito facilmente num 4-2-4 quando em ataque,
com triangulações e subida em posse e a explorar as alas. Aliás, foram das alas
que surgiram os lances de maior perigo e o primeiro golo do Paços, da autoria
de João Norte, com alguma sorte à mistura, pois o cruzamento remate de Samu
ainda desvia no guarda redes e defesa do Régua, até chegar a João Norte que
consegue desviar para a baliza quase por instinto, com a bola a bater-lhe no
calcanhar e a entrar no ângulo. Golo de sorte mas também de muita crença, como é seu
apanágio e característica. Continuando a dominar a partida, a equipa da briosa criou muitas
oportunidades, mas esbarrou quase sempre na falta de eficácia da finalização ou
no erro do cruzamento ou último passe. Ao intervalo a vitória por 1-0 era penalizadora
para o Paços e lisonjeadora para o Régua, pois Dias e Sérgio Nuno ficaram a dever golos à sua conta pessoal.
Reagiu o Régua na segunda parte,
onde conseguiu repartir o jogo, e até superiorizar-se em alguns momentos. O
flanco direito do Paços parecia desequilibrado, fazendo com que a equipa só
atacasse pelo meio e pela esquerda, e pelo contrário, sofresse a bem sofrer
pelo seu lado direito e pelo meio, onde as suas unidades tinham invariavelmente
que se deslocar para a ala direita a dobrar os seus colegas, descompensando o meio,
onde alguns jogadores já davam mostras de desgaste. De um passe infeliz de
Hélder Rocha se aproveitou o Régua para restabelecer o empate, numa excelente
conclusão do seu avançado, apesar de pressionado
por Rui e Filipe. O Paços de Brandão ainda se recolocou na frente do marcador,
através de Sérgio Nuno, na transformação de uma grande penalidade a castigar o
derrube do guarda-redes da equipa da casa a Dias, mas num lance de alguma passividade
e má colocação de Januário, o Régua aproveitou e num remate feliz que ainda
toca no poste, restabelece o empate, com que se chegou ao fim do jogo.
Excelente arbitragem, com a colaboração total dos jogadores das duas equipas. Um enorme exemplo.
No final, o empate não deixou
nenhuma equipa particularmente insatisfeita, apesar do Paços ter estado mais
perto da vitória, porque apesar de não conseguiu manter a vantagem que
conseguiu por duas vezes teve um bom desempenho global e o Régua porque esteve
a perder por duas vezes e conseguiu reagir.
Ao Paços Brandão sobrou
intensidade, organização e frescura na primeira parte e faltou alguma arte,
força e táctica na segunda parte.
MVP: Alex. Jogou todo o jogo,
algo raro para ele, entregou-se totalmente ao jogo, defendeu bem, atacou bem, não
oscilou o rendimento e foi bem acompanhado por grande parte da equipa. Destaque
também para João Norte, Samu e Hélder Gomes pela boa primeira parte, e pelo
jogo para Becas, Filipe e também para Hélder Rocha e Zé Manel, estes enquanto
duraram as pilhas.
Obrigado à equipa de veteranos do
SC Régua pela excelente recepção e pela amizade e vontade de bem receber, com que
nos presentearam mais uma vez, inclusive esposas e família de alguns jogadores. Cá estaremos para retribuir da melhor forma que nos for possível, e fazer por manter esta boa
relação, que desejamos tão duradoura quanto sólida.
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