O Paços de Brandão voltou a apresentar-se em 4-4-2, e se na primeira parte não se deu mal com este sistema táctico (Dias e João Norte compensavam a defender), na segunda parte falhou redondamente, ficando daqui uma certeza: contra equipas com maior capacidade física e posse de bola em progressão, é necessário defender melhor, haver maior entreajuda e essencialmente povoar o meio campo para equilibrar a equipa, que mantém a característica de indisciplina e anarquia táctica. Aproveito para citar Cruyff: "Se tens a posse da bola precisas fazer com que o campo seja o maior possível; se não a tens precisas de fazer com que fique o mais pequeno possível".
A equipa do Paços de Brandão entrou bem na primeira parte, concentrada, próxima, compacta e criativa. Por isso, e sem surpresa foi a primeira equipa a criar perigo. Paulinho isolado fez bem o chapéu ao guarda redes mas a bola saiu ao lado. A equipa dos Caçadores reagiu e chegou ao golo, mas foi anulado por fora de jogo. Os brandoenses adiantaram-se no marcador beneficiando do azar do guarda redes, que fez um autogolo. Na transformação de uma grande penalidade a castigar mão na bola, Dias enganou o guarda redes, mas a bola bateu no poste e percorreu a linha de golo batendo no guarda redes que já tentava reagir, mas foi infeliz e introduziu a bola na baliza. Antes do intervalo Dias podia ter aumentado a vantagem, pois isolado por João Norte rematou ao lado da baliza. Nesta primeira parte o bom desempenho defensivo, alicerçado em André Belinha, Rui Belinha, Becas e Hélder Rocha foi determinante.
A segunda parte até começou bem para o Paços de Brandão, que por mais o que uma vez podia ter conseguido o golo, mas só Luís Faneca foi eficaz, obtendo golo num remate cruzado de fora da área que surpreendeu o guarda redes adversário. Pouco depois Sérgio Nuno isola-se, ganha vantagem sobre o defesa, finta o guarda redes e com a baliza à sua mercê, naquele seu jeito de querer adornar e finalizar como se fosse uma peladinha, facilitou de forma capital, permitindo que o defesa e o guarda redes se reposicionassem e evitassem um golo mais do que certo. Aí, nesse lance começou a derrota do Paços de Brandão. Quase imediatamente a seguir a equipa do concelho de Guimarães chegou ao golo, num cabeceamento ao segundo poste, beneficiando de uma transição rápida e da descompensação defensiva brandoense, que mais uma vez se deixou levar pelas discussões estéreis com jogadores adversários. Desse lance, além do golo sofrido, Hélder Rocha lesionou-se e teve de ser substituído na baliza por Sérgio Nuno. Seguiu-se um período negro, em que a equipa do Paços de Brandão falhou vários passes, tendo enorme dificuldade em sair a jogar, pois não tinha imaginação nem criatividade, não conseguia imprimir velocidade nem acompanhar o crescente domínio visitante, que tomou conta do meio campo e criava constantemente perigo. Parecia uma questão de tempo até a equipa das Caldas das Taipas chegar novamente ao golo, e foi sem surpresa que isso aconteceu. Num lance semelhante ao da grande penalidade que beneficiou a equipa da casa na primeira parte, a equipa visitante chegou ao golo do empate. O Paços de Brandão ainda esboçou uma tentativa de reacção mas foi infrutífera. Eis que o soco no estômago chegou em cima do apito final, num cruzamento remate que surpreendeu Sérgio Nuno. Na altura não foi KO, porque Dias ainda dispôs de uma ocasião de golo que o guarda redes impediu com uma grande defesa, mas o jogo terminou logo a seguir, com a segunda derrota da época do Paços de Brandão.
Resultado amargo e penalizador, que castiga fortemente a equipa da casa. O empate talvez fosse o resultado mais justo. Arbitragem regular.
MVP. André Belinha. Imperial pelo ar e pelo chão, varreu toda a zona defensiva com intensidade e vigor. Não foi por ele que a derrota aconteceu.
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