Balde de água fria em Paços Brandão, com a equipa da casa a deixar escapar a vitória por entre os dedos, ou melhor por entre as pernas, isto depois de ter dado a volta ao marcador depois de estar a perder ao intervalo, e de se ter colocado por duas vezes em vantagem no marcador. Um mau final de jogo da equipa brandoense deitou tudo a perder.
O jogo começou com um bom ritmo, com o Paços a tentar marcar desde cedo, com grande envolvência colectiva, conseguindo produzir e construir um grande número de oportunidades claríssimas de golo, mas os avançados da equipa da briosa estavam em dia não, demasiado perdulários, tantas e tão boas foram as oportunidades desperdiçadas. Alguns exemplos dessas oportunidades são os seguintes lances: Sérgio Nuno depois de um grande trabalho individual isolou-se e atirou ao lado, Dias também isolado rematou à barra, Guerra mergulhou de cabeça na pequena área e cabeceou ao lado, Dias rematou à entrada da área ao lado depois de um cruzamento atrasado de Samu, e novamente Dias, completamente isolado desviou outra vez para fora. Foi demasiado desperdício e um pecúlio estranhamente nulo para tantas ocasiões claras de golo. O Esmojães chegou ao golo na terceira vez que chegou à grande área do Paços, num lance em que a defesa brandoense complicou e não foi prática a resolver um lance de pressão, e depois perante o lance de perigo, foi demasiado lenta e macia, sendo penalizada por isso. O intervalo chegou com o Paços a perder, injustamente tal foi a superioridade, mas também sem saber como se encontrava a perder, contudo a desvantagem castigava o desatino com a baliza contrária.
A segunda parte começou com o Paços Brandão a reagir em força, aumentando a pressão e intensidade, contudo, sem conseguir encontrar os caminhos para a baliza contrária tão facilmente como acontecera na primeira parte. Ainda assim, o empate aconteceu por Dias, que à segunda tentativa e depois de se isolar, ganhou o ressalto de bola e encostou para restabelecer o empate. A equipa da casa mandava no jogo, e aproveitava o embalo para operar a reviravolta. Logo a seguir, Luís Faneca, descaído sobre a direita, faz um cruzamento remate com a bola a entrar quase ao ângulo da baliza. Estava feita a remontada, mas o que parecia ser o restabelecer da normalidade durou pouco tempo, pois o Esmojães com passes verticais na zona central, chegava com estranha facilidade à zona de finalização, por vezes em lances de um para um como aconteceu no golo do empate depois de um pontapé de canto a favor do Paços, e por vezes até em superioridade numérica, com o jogo já totalmente partido. Dias continuava desinspirado e falhou de cabeça à boca da baliza depois de um cruzamento de Pascoal, e Luís Faneca criava sempre perigo nos pontapés de canto, levando a bola à barra numa vez e noutra ao poste, depois de sofrer um desvio. Tornou-se a partir de certa altura num jogo de força quando o que se pedia era cabeça e equilíbrio. Já não havia tranquilidade, a surpresa do resultado não ajudava, a equipa adversária também enervava pelas constantes discussões com o árbitro e jogadores contrários, e por vezes os próprios jogadores do Paços também não se entendiam. E tudo se agudizou numa grande penalidade assinalada contra o Esmojães, a castigar uma mão na grande área. A discussão que se seguiu foi feia, não dignificou ninguém, e até não se justificava, pois a mão existiu, claramente, e a única coisa que se poderia discordar era se teria sido dentro ou fora da grande área. Independentemente da decisão agradar a uns ou a outros, o que se passou a seguir deve envergonhar os intervenientes e estou certo, que a frio, os mesmos não se revêm no papel que desempenharam. Luís Faneca avançou para transformar a grande penalidade e falhou, permitindo a defesa do guarda redes, galvanizando ainda mais a revoltada equipa do Esmojães. Num último esforço para chegar ao golo, o Paços Brandão chegou ao golo num pontapé de canto marcado por Luís Faneca, ao qual Marco Rocha respondeu, elevando-se e desviando de cabeça para o fundo da baliza. Se os ânimos estavam quentes, sofreram então uma elevação brutal na escala, e a pouca razoabilidade que existia pura e simplesmente desapareceu, com o argumento de que não era pontapé de canto e já passava da hora, etc. Simplesmente reprovável, e felizmente não reproduzível a todos jogadores do Esmojães. Com o jogo a acabar, o Esmojães conquista um pontapé livre directo á entrada da grande área. Na execução do mesmo, a bola bate na barreira e ressalta para o mesmo jogador, que depois de um grande trabalho individual, ganhou a linha de fundo e cruzou pingado para o segundo poste, onde se encontrava um jogador do Esmojães completamente sozinho sem marcação, que não teve dificuldade em fazer golo. O jogo terminou a seguir, com demasiada discussão, agressividade verbal, ameaças físicas e um mau estar global. A não repetir e a obrigar todos os intervenientes a reflectir sobre o espírito veterano.
MVP: Becas. Foi incansável na primeira parte, sempre bem colocado, a cortar linhas de passe e a lançar os ataques do Paços, dando continuidade às boas exibições. O jogo piorou muito na segunda parte depois da sua saída, lesionado. Bom regresso de Marco Rocha, que para além do golo que obteve, emprestou qualidade à equipa.
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