Sábado, 8 de Junho, jogo realizado no Estádio do Bustelo
Quem olhar para o resultado final sem ter estado presente ou ler o que se passou, ficará com a ideia de que terá sido um jogo equilibrado e espectacular. Não foi, pelo menos, durante a primeira parte, período em que o Paços Brandão não conseguiu encontrar-se, não conseguiu ligar o jogo e cometeu vários erros defensivos, com a agravante de que quase todos erros deram origem a golos do Bustelo.
Foi muito frágil a oposição brandoense na primeira parte. Numa bola bombeada para as costas da defesa brandoense resultou numa hesitação fatal entre Rui Belinha e Rui Oliveira sobre quem chegava à bola, fazendo com que o avançado do Bustelo se antecipasse ao guarda redes do Paços e sem oposição inaugurou o marcador. Pouco depois e ainda a digerir o primeiro golo, numa jogada envolvente pelo corredor direito do Bustelo com grande liberdade dos jogadores da equipa da casa, surge um cruzamento para a grande área, onde surge entre os centrais e João Norte, sem oposição, um jogador do Bustelo para uma finalização fácil. A equipa do Paços parecia anestesiada e sem reacção e eis que em novo erro posicional da defesa (desta vez Alex) dá origem a novo golo do Bustelo. Mais uma bola metida em profundidade nas costas da defesa, isolando o jogador do Bustelo que faz um chapéu a mais de 35 metros da baliza. A falta de pressão nas zonas mais adiantadas e nas zonas de construção do adversário penalizava o Paços Brandão, que só por uma vez podia ter feito golo, mas Guerra falhou o desvio junto do guarda redes, que atento, antecipou-se-lhe. Em cima do intervalo, um mau atraso de Rui Belinha para o guarda redes permitiu que um jogador do Bustelo cruzasse a preceito para uma finalização de cabeça do ponta de lança sem hipóteses para Rui Oliveira. Ao intervalo o Paços Brandão perdia por 4-0, sem apelo nem agravo.
O intervalo não foi fácil, mas o compromisso de lutar para dar outra imagem foi assumido por todos. A verdade é que o Paços entrou bem melhor na segunda parte e foi remetendo o Bustelo ao seu meio campo, e foi chegando cada vez mais vezes e com mais perigo à grande área contrária, até conseguir chegar ao golo. Num passe atrasado de Eduardo para Marco Rocha, este aplica um potente remate que bateu o guarda redes do Bustelo, que deixou passar a bola por entre os dedos. Empolgados, os jogadores do Paços Brandão viram premiada a sua atitude com um novo golo, de Sérgio Nuno, isolado por Rui Belinha, fintou todos os que lhe apareceram pelo caminho até finalizar. Este golo foi contestado pelos jogadores do Bustelo, que reclamaram fora de jogo, mas a verdade é que o golo contou mesmo. Pouco depois, Pascoal é rasteirado na grande área e o árbitro, talvez compensando o lance anterior, fez vista grossa e nada assinalou. O Paços Brandão carregava no marcador, e Marco Rocha ensaiou vários remates à baliza, mas tinha a direcção desalinhada. Também Eduardo ia conseguindo golo, num cruzamento remate que saiu a rasar o poste. Foi o prenúncio do golo que viria a conseguir a seguir, num remate cruzado de primeira, após cruzamento de Samu. Estava feito o 4-3 e relançado o jogo. Mas o jogo é por vezes injusto, e na primeita oportunidade da segunda parte o Bustelo faz novo golo, através de um remate rasteiro entre o poste e o guarda redes, num lance em que o defesa direito do Bustelo aparece sozinho na grande área, beneficiando da deficiente colaboração nesse flanco de Pascoal a Samu. O 5-3 provocou algum desânimo à equipa brandoense, que continuava a tentar chegar ao golo que lhe desse ainda alguma energia para forçar o empate nos minutos finais, mas quem esteve quase a marcar foi o Bustelo, não fossem as intervenções de Rui Oliveira a impedirem-no.
Resultado justo, pois o Paços Brandão na primeira parte não existiu. Boa segunda parte da briosa, que quase conseguia repetir a história de recuperar de um 4-0 para 4-4 em Bustelo.
Arbitragem sofrível e com toques de caseirismo premeditado, mal acompanhada por atitudes provocatórias e rudes, de um jogador do Bustelo, que pela idade e experiência que tem, e por defrontar uma equipa com um longo passado de amizade comum colectiva, deveria ter tido mais respeito e sobretudo dar o exemplo.
MVP: Marco Rocha. Liderou a equipa na revolta na segunda parte, e tivesse a mira mais afinada, talvez o resultado tivesse sido outro.
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