Sábado, 27 de Abril, jogo realizado no Estádio Dona Zulmira Sá e Silva, em Paços de Brandão
Triunfo do Paços Brandão por 5-3 na recepção ao SC Courense, em jogo de retribuição do empate com sentimento de derrota sofrida pela equipa brandoense em Paredes de Coura. A equipa da casa entrou muito forte no jogo, e à passagem da meia hora já tinha chegado à larga vantagem de 4-0, demonstrando até esse período uma grande qualidade de jogo, talvez o melhor do que se viu na presente época.
Assente numa alteração táctica em relação à disposição habitual (4-4-2), desta vez o Paços Brandão alinhou num 4-3-3, já outras vezes usado e quase sempre com bons resultados, mas desta vez com a diferença a consistir nos 3 elementos que compuseram o meio campo, oferecendo-lhe dinâmicas diferentes e outras soluções, que ofuscaram por largo período de tempo o adversário, que se via preso na sua metade do campo. Com Zé Manel, Luís Faneca e principalmente Marco Rocha no meio, ora a avançar combinando com Dias ora defendendo encurtando espaços, o Paços Brandão chegou ao primeiro golo numa combinação entre Marco Rocha e Zé Manel, que isolado fez um grande golo de chapéu, pleno de classe, inaugurando o marcador. Pouco depois, Samu num cruzamento remate faz um golo de grande efeito, não contando sequer a intenção de cruzar ou não, foi um grande golo. Imparável a equipa brandoense não dava tréguas e novamente Marco Rocha conseguiu com um grande passe colocar Dias na cara do golo para não perdoar e fazer o seu 17º golo da época. À passagem da meia hora surge o melhor golo da tarde, num remate de trivela de muito longe de Januário, com a bola a entrar no "ninho da coruja". Se este golo tivesse sido filmado faria corar de inveja o Ricardo Quaresma! Com o resultado em 4-0 operaram-se as primeiras alterações na equipa e coincidiram com o primeiro golo da equipa visitante. Rodrigues não conseguiu cortar uma bola, e num violento remate à queima roupa que não deu hipóteses a Rui Oliveira, o SC Courense reduziu para 1-4, resultado com que se chegou ao intervalo.
A segunda parte começou como tantas, tantas, tantas vezes, com a equipa do Paços Brandão literalmente a dormir. Depois de duas ameaças, à terceira vez a equipa de Paredes de Coura não perdoou, e num lance de insistência pelo lado esquerdo da defesa do Paços, em que a equipa da casa não foi suficientemente lesta a sacudir a bola da grande área e um jogador do SC Courense rematou cruzado ao segundo poste, encurtando as distâncias no marcador. Soaram as sirenes de alarme para a equipa do Paços Brandão e Guerra voltou a mexer na equipa, tentando reequilibrá-la. Certo é que pouco depois o jogo brandoense estabilizou, e sem sobressaltos conseguiu recuperar o domínio do jogo, mantendo a posse da bola, circulando-a e aqui a ali a procurar esticar o jogo até à zona de finalização, onde Sérgio Nuno perdoou por duas vezes na cara do golo. Também o SC Courense podia ter feito golo num chapéu de longa distância após uma má saída de Rui Oliveira, mas João Norte conseguir impedir o golo em cima da linha de forma incrível. No melhor momento do Paços na segunda parte, eis que na sequência de uma boa jogada pelo lado direito o Paços conquistou um pontapé de canto, e na consequência da sua execução, por Eduardo, André Belinha dá uma grande testada para o fundo da baliza. Parecia que com o 5-2 o resultado estava feito, mas foi puro engano, pois a equipa minhota criou vários embaraços à defesa do Paços, queixando-se de uma grande penalidade por assinalar (pareceu-me uma boa decisão do árbitro, pois o jogador deixou-se cair ao sentir o contacto) e de um golo anulado por um suposto empurrão a André Belinha (pareceu-me uma má decisão do árbitro, pois o contacto faz parte do futebol, principalmente no jogo aéreo, e, portanto justas as queixas dos jogadores do SC Courense nesse lance). Antes do fim do jogo, num corte infeliz de João Norte, a bola sobrou para um jogador adversário, que num remate de primeira e de ângulo reduzido, rematou rasteiro ao segundo poste, reduzindo para 3-5. O jogo terminou logo depois, com o Paços a defender com galhardia a vantagem obtida na primeira parte.
Vitória justa, difícil e moralizadora do Paços Brandão, num jogo bem disputado, por vezes mais rijo e viril do que o normal, muito suado e aguerrido, com casos, discussões, grandes golos, mas sobretudo com duas boas equipas veteranas que se equivaleram.
Arbitragem com alguns erros, difícil a partir de um certo momento do jogo, por culpa dos jogadores das duas equipas que para isso muito contribuíram, mas também com culpas próprias do árbitro, o nosso amigo Américo, pois não terá sabido interpretar os sinais que o jogo lhe davam, actuando por vezes de forma algo apática e pouco assertiva, compactuando com o acalorar do jogo e crescente tensão de jogadores que a partir de um dado momento perdem a força nas pernas e ar nos pulmões e no cérebro, passando a ficar mais interessados em discutir do que em jogar. Foi a primeira vez que apreciei a actuação do árbitro para além da avaliação básica, e espero que seja a última. Gostaria que fosse vista como uma apreciação crítica construtiva, quer para o próprio e sobretudo para os jogadores. Obrigado e desculpem-me.
MVP: Marco Rocha. Demonstrou toda a a sua qualidade neste jogo. Com ele em campo a equipa sente-se mais segura, não se esconde do jogo, dá-lhe soluções e voz de comando. A afinar para a melhor forma, promete um grande mês de Junho. É o nosso Toni Kroos.
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