Sábado, 23 de Março, jogo realizado no Estádio do Sabrosa
CD Paços Brandão
Rui Oliveira, João Norte, André Belinha, Filipe, Samu, Hélder Rocha, Becas, Januário, Vitinha, Guerra (1a) e Dias (1g). Jogou ainda: Eduardo.
O Paços Brandão deslocou-se este sábado a Sabrosa, Vila Real, e perdeu frente ao SC Vila Real, por 3-1. Os brandoenses vão na segunda derrota consecutiva, mas desta vez a equipa deixou uma imagem bem diferente da que deixou no fim de semana passado, vendendo bem cara a derrota, frente a uma boa equipa, que apesar do favoritismo que lhe era atribuído e das muitas limitações do Paços Brandão, só confirmou a vitória no último minuto de jogo, quando obteve o 3-1 final.
Sem suplentes, com uma viagem após almoço, e o
muito calor como adversidades, os veteranos brandoenses, qual irredutíveis
gauleses mas sem a poção mágica, surpreenderam o Vila Real e a sua
superioridade teórica, e até se colocaram em vantagem, ferindo o adversário no
seu ego, numa das poucas jogadas colectivas em que conseguiram circular a bola. Guerra assiste de primeira e de forma espectacular num toque de calcanhar de costas para a baliza, enganando o seu
opositor, colocando Dias isolado à entrada da grande área, e,
este, com uma frieza e eficácia notáveis, fez a bola passar a bola por cima do guarda-redes,
obtendo um golo de belo efeito. A diferença de uma grande equipa para uma boa
equipa está nos detalhes, e quase na jogada imediata o Vila Real restabeleceu o
empate, num lance de alguma passividade de Samu, que não cortou a bola nem
estorvou o seu adversário, que faz um passe atrasado para a entrada da grande
área, de onde surge um remate rasteiro e colocado, com a bola a embater ainda
no poste antes de se anichar no fundo da baliza. A primeira parte foi bastante
difícil para o Paços Brandão, a jogar em 4-4-2, pois via-se subjugada à equipa
da casa, pois conseguia trocar a bola com bastante segurança e perigosidade,
sempre em triangulações e em progressão, colocando muitos homens na zona de
finalização, e só com muita concentração e solidariedade é que a equipa verde e branca se
mantinha empatada, assim como também duas boas intervenções de Rui Oliveira, que esteve muito
seguro na baliza. Perto do fim da primeira parte, num corte defeituoso de André
Belinha para a entrada da área e que Becas por pouco não conseguiu emendar, a
bola sobra para o avançado do Vila Real que desfaz um remate com a bola
entrar no ângulo superior da baliza de Rui, não lhe dando qualquer hipótese.
Com dificuldade para chegar à baliza do Vila Real, o Paços Brandão aproveitava
todas as faltas e cantos para fazer avançar as suas torres, mas a estratégia
não resultou. Ao intervalo o Paços Brandão perdia por 2-1.
A segunda parte prometia trazer mais perigo para
o Paços Brandão, pois o cansaço acumulado e o desgaste provocado pelo calor iria
fazer-se- sentir mais cedo ou mais tarde, mas os brandoense mantiveram-se
estóicos e resilientes na procura do golo do empate, e os transmontanos já não dominavam
como o fizeram na primeira parte, também desgastados, e menos consistentes com
as alterações que fizeram na equipa, e o Paços Brandão dispôs mesmo de duas
soberanas oportunidades para fazer o golo do empate, fruto da pressão mais alta
que (ainda) conseguia fazer. Primeiro foi Guerra que aproveitando um ressalto de
bola depois da pressão exercida de Dias sobre o defesa e vendo o guarda-redes adiantado tentou de primeira fazer um chapéu de
longa distância, mas a bola saiu um pouco acima da barra. Depois foi Dias, na
segunda grande jogada colectiva brandoense, quem apareceu sozinho descaído
sobre a esquerda, primeiro fintou o guarda-redes e depois enquadrou-se com a baliza mas o potente remate é sustido em
cima da linha de golo por um defesa do Vila Real que ofereceu corajosamente o
corpo (peito) à bola, quando já se gritava golo. A equipa da casa percebeu a
ameaça, tornou a mexer na equipa, reintroduzindo unidades mais perigosas e conseguiu
a única oportunidade clara de golo na segunda parte, mas desperdiçou-a. Até ao
fim o Paços não desistiu e continuava a tentar tirar partido das bolas paradas,
desgastando a defesa contrária, mas tal como na primeira parte a estratégia não
vingou. Faltou magia e mais talento à equipa brandoense, mas sobrou muito trabalho,
entrega, suor e entreajuda. No último minuto da partida o Vila Real fez o
terceiro golo, numa altura em que o deficit físico do Paços era já muito
grande. Numa jogada pelo lado direito da defesa, o avançado do Vila Real
deixou João Norte e André Belinha para trás, cruzou rasteiro apanhando todos em contra pé,
permitindo a finalização segura do avançado do Vila Real, sentenciando desta
forma a partida.
Foi um resultado agridoce para o Paços Brandão.
Se eram antecipadas as dificuldades vividas, e era prevista a superioridade do
Vila Real, a verdade é que não há vencedores antecipados, e em oportunidades flagrantes
de golo houve equilíbrio. Foi “apenas” no pormenor da finalização que esteve a
diferença.
O resultado acaba por ser justo, pois a haver um
vencedor seria a equipa da casa, mas caso o Paços Brandão tivesse empatado na
segunda parte, estou em crer que já não o deixaria escapar, e o empate seria um
grande prémio para o enorme esforço da equipa.
Muito boa e exemplar arbitragem do nosso amigo árbitro
Sr. Escaleira.
MVP: Hélder Rocha. Teve muito mérito na prestação global
da equipa, mesmo em perda física e em esforço por ter sofrido duas violentas faltas que o pareciam
limitar, logo a seguir renascia e crescia para o jogo, dando um grande exemplo. Por isso é o eterno capitão
brandoense.
PS. Um forte e sentido abraço do grupo de veteranos do CD Paços Brandão ao Zé Manel.
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